9 de agosto de 2006

HAPPY CAT

Num olhar deslavado de impurezas, um gato dorme, aninhado na poltrona mais quente do planeta em que vive, vitimado por um espaço que lhe foi dado para sobreviver.
Ali se sente protegido, mas ausente. A ingenuidade e indiferença perante o universo real da humanidade, é uma linha invisível, que não atravessa as fronteiras mais rabiscadas do seu pensamento. Para ele, a vida é tão simples como um miar, como um dormir, como um olhar pela janela das ilusões, e sem perceber o mundo real que o rodeia, ele ali fica, entre a virtualidade e a incerteza do que realmente é tudo aquilo, que ele não entende, mas que de alguma maneira o assusta…E assim permanece, na sua consciente forma de abstracção natural de uma realidade que ele não conhece, e que nem imagina existir. É essa, a sua forma simples e superficial de felicidade.

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