Antes só que mal acompanhado, é o que me dizem, é o que oiço, é o que todos sabemos ser melhor, mas do saber ao fazer…lá vai, lá vai o tempo.
Com a idade, sabemos bem definir o nosso papel, e as utopias do passado, dão lugar às distopias do presente. Por vezes é um presente envenenado, seja em forma de presente dado, ou presente vivido.
À beira de completar mais um ano, sinto que nada mudou, e ao mesmo tempo tudo mudou. A minha relação com as pessoas, a minha maneira de olhar o Mundo, os meus sentimentos e sobretudo a minha exigência para comigo e para com os outros.
Hoje sinto-me igual ao rapazinho que dava pontapés numa bola no meio de uma rua, algures num bairro nos arredores de Lisboa. Hoje, dou os meus pontapés, na bola, na minha vida e na vida dos outros, algures, numa rua, numa praça, numa terra dos arredores de Lisboa. Sou o mesmo rapazinho, com mais altura, com mais conhecimentos, com menos sonhos e mais pesadelos, e os pesadelos de ontem são bem diferentes dos de hoje, tal como os sonhos..Mas nunca deixam de ser, sonhos e pesadelos, pesadelos e sonhos.
A realidade deixou de ser uma coisa essencialmente abstracta, e os problemas dos outros, passaram a ser os meus problemas, agora, pertenço aos “gajos”, e os “gajos” têm problemas.
Um dia disse que sonhava ser uma criança eternamente, tentei, mas não consegui ser, não que não queira, mas porque a sociedade que me rodeia não me deixa ser. Tentei ser sempre irresponsável, porque é isso que melhor define as crianças, a falta de responsabilidade, mas não consegui.
Perdi a ingenuidade genuína das crianças, e ganhei a ingenuidade matreira dos adultos, aquela falsa ingenuidade, que usamos para enganar os que nos olham ainda como crianças, mas que no fundo, nos obrigam a ser o tal “adulto” que muitas vezes desejamos ser em criança. (Para quê desejar, se mais tarde ou mais cedo, nos vão obrigar a ser?)
Sozinho, sempre. Porque é sozinho que se ganham guerras, as nossas guerras. Não há nada melhor para nós, do que ganharmos as nossas próprias guerras, sozinhos..e contra as utopias, marchar..marchar...
Aqui deposito as minhas mensagens, aqui deposito o que me vai na alma, aqui não deposito nada que não possa depositar...
29 de maio de 2007
6 de maio de 2007
A TUA AUSÊNCIA
Não era isto, nem aquilo, não era nada do que eu sentia. Afirmar, ou não afirmar, exercer o direito de negação de um sentimento, é cruel. Querer acreditar que ele não existe, chega a ser profano, e no longo e sagrado caminho da vida, torna-se impensável cair neste pecado.
Nunca poderia pensar que fosse possível, mas acontece, a nostalgia é difícil de entender e imprevisível, com ela, vem sempre um sentimento de saudade que nos torna frágeis e nos leva toda e qualquer espécie de razão, por muito pequena e falível que ela seja.
De repente acordei de um sonho, e não estava mergulhado num pesadelo, mas sim numa realidade. A mesma realidade que todos os dias me acorda e me deita, a realidade cruel, trágica e dramática da existência.
Foi nesta realidade, tão inocente e ao mesmo tempo traiçoeira, que descobri o que me fazia sentir assim, distante, e sem vontade própria. A tua falta, a tua ausência são a explicação que me faltava, para entender o sorriso que não tenho.
Nunca poderia pensar que fosse possível, mas acontece, a nostalgia é difícil de entender e imprevisível, com ela, vem sempre um sentimento de saudade que nos torna frágeis e nos leva toda e qualquer espécie de razão, por muito pequena e falível que ela seja.
De repente acordei de um sonho, e não estava mergulhado num pesadelo, mas sim numa realidade. A mesma realidade que todos os dias me acorda e me deita, a realidade cruel, trágica e dramática da existência.
Foi nesta realidade, tão inocente e ao mesmo tempo traiçoeira, que descobri o que me fazia sentir assim, distante, e sem vontade própria. A tua falta, a tua ausência são a explicação que me faltava, para entender o sorriso que não tenho.
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